"A Proclamação da República não foi o fruto de uma revolução, porém de um golpe militar. no entanto, foi obra da ação de homens pertencentes à classe média e alta, pequenos comerciantes, advogados, jornalistas, professores, médicos, alguns fazendeiros progressistas e oficias do Exército que adotaram idéias republicanas, filiaram-se ao partido republicano e empenharam-se desde sua fundação, e empenharem a fazer julgamentos à Monarquia e sugerir em seu lugar um regime republicano. A República derivou não de um movimento popular, mas de uma conspiração entre uma minoria de republicanos civis e militares.
Os motivos que moveram esses homens a derrubar a Monarquia não foram somente as suas idéias republicanas, pois a Monarquia foi derrubada por causa da falta de flexibilidade e adaptabilidade do sistema político existente em face das transformações intensas que ocorreram no país, sendo assim no transcorrer do século XIX aconteceu o desgaste da Monarquia.
A Monarquia consecutivamente fora uma irregularidade na América. Todos os demais países aceitaram o regime republicano por ocasião da Independência. Circunstâncias históricas excepcionais: a invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas e a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 18O8, a Revolução Constitucionalista do Porto, anos mais tarde, forçando a volta de D. João VI a Portugal, ficando em seu lugar o Príncipe D. Pedro fizeram com que o Brasil seguisse um caminho diverso dos demais países da América. Embora houvesse republicanos no Brasil, como demonstravam os movimentos em prol da Independência.
Depois da renúncia de Pedro I à coroa, ele deixou o filho de cinco anos como seu herdeiro, os políticos de então tiveram a chance de constituir uma república, mas escolheram conservar a Monarquia e governar em nome do jovem imperador. Quando este chegou aos 14 anos, no entanto, apressaram-se em dar-lhe antecipadamente a maioridade, na expectativa de que sua presença na gerência do estado viesse a pôr fim à inconstância política que havia no país. A partir de então, Pedro II tornou-se Imperador, apesar o clima de insatisfação e faccionalismo permanecessem. Somente a partir de 1848, com a derrota dos praieiros, a Monarquia se consolidou no país.
Inventou-se um regime altamente centralizado, elitista, e oligárquico, um sistema bicameral, com um senado vitalício e uma câmara renovável periodicamente. O regime era pouco representativo. Apenas uma minoria possuía o direito de voto. Ficaram excluídos os escravos, as mulheres e a maioria dos trabalhadores e todos os que não possuíam renda mínima estabelecida por lei. As eleições eram indiretas, isto é, os votantes qualificados como tal escolhiam os eleitores e estes votavam nos candidatos. O resultado é que durante todo o Império o corpo eleitoral correspondia a uma porcentagem mínima da população. Além disso, a fraude eleitoral era generalizada. Pela carta constitucional outorgada por Pedro I após a dissolução da Assembléia Constituinte, o Imperador possuía o Poder Executivo e o Poder Moderador que além de outras atribuições permitia a ele interferir no Poder Legislativo, dissolvendo a câmara e convocando novas eleições. Dois partidos: o conservador e o liberal alternavam-se no poder, dependendo dos resultados eleitorais. Entretanto, quando o Imperador usava do Poder Moderador convocando novas eleições e estas resultavam na queda do partido que estava no poder e na vitória da oposição, os primeiros queixavam-se da interferência do Imperador. Através desse processo o Imperador atraiu muitos inimigos e a Monarquia desmoralizou-se.
Alunas: Deise e Shirley
Prof: Marcello Sena Aula 19/03/2011